Notícia n. 160 - Boletim Eletrônico IRIB / Fevereiro de 1999 / Nº 25 - 04/02/1999
Tipo de publicação
Notícia
Coleções
Edição
25
Date
1999Período
Fevereiro
Description
A CRISE E O REGISTRO DE IMÓVEIS - Setor imobiliário registra aumento de 40% nos negócios - A instabilidade da economia direciona investimentos para o setor imobiliário. Corretores estimam um aumento de até 40% na procura e fechamento de negócios no setor, nos últimos 15 dias. O boato sobre o confisco da poupança pelo Governo Federal, na última sexta-feira, foi a gota d'água para os investidores procurarem um porto mais seguro para o seu dinheiro: o mercado imobiliário. Desde o anúncio da desvalorização do real, o setor tem registrado um aumento de até 40% na procura e fechamento de negócios, de acordo com as estimativas dos corretores de imóveis. A preferência por flats e apartamentos na região da Aldeota e Meirelles, que podem ser mobiliados e alugados a curto prazo, denota o caráter de investimento das transações mais recentes. Outro detalhe que reforça a tese é que a maioria dos negócios tem sido fechados à vista. ``As pessoas que tiveram um ganho de até 70% especulando em dólar, nesse último mês, estão direcionando todos os seus lucros para o setor imobiliário. Afinal, o dólar vai baixar e a poupança, como qualquer outro investimento, não é tão segura quanto a compra de imóveis'', comenta Alberto Gustavo Sarmento de Carvalho, corretor da Bismarck Imóveis. ``Nos últimos dez a quinze dias, a procura e compra de apartamentos subiu de 30% a 40%'', acrescenta. Segundo Carvalho, os imóveis mais procurados são flats e apartamentos de um ou dois quartos, com média de 65 metros quadrados e valores que variam de R$ 70 a R$ 90 mil. ``Os investidores visam mais os bairros da Aldeota e Meirelles, por causa dos turistas. Há uma grande procura, por exemplo, por apartamentos de um quarto nas proximidades do ideal Clube, com preço de R$ 50 mil. É só mobiliar e alugar por temporada que o retorno do investimento já está garantido'', argumenta o corretor da Bismarck Imóveis. O corretor Ayrton Martins, segundo vice-presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), afirma que o direcionamento para o mercado imobiliário começou em outubro. ``Esse fenômeno se intensificou agora, consideravelmente, com a crise da economia. Afinal, o investimento em imóvel não tem perda e sempre há valorização, mesmo que seja lenta'', diz Martins. Pelos seus cálculos, de dezembro para cá, o fechamento de negócios aumentou 40% em Fortaleza. ``Em primeiro lugar, vem os bairros do Meirelles e Aldeota, seguidos pelo Papicu, Fátima e Planalto. Nestes locais, apartamentos com três suítes chegam a atingir de R$ 950 a R$ 1 mil o metro quadrado'', revela o dirigente do Creci. O susto provocado pelo boato de confisco da poupança, na semana passada, terminou mesmo por consolidar a opção pelo mercado imobiliário. ``O investidor quer retorno imediato. Um imóvel alugado muitas vezes rende mais do que dinheiro na poupança e o não há o risco do Governo tomar o negócio'', confirma Clicério Carvalho, corretor e proprietário da Imobiliária Fênix. Apesar de não serem tão atraentes quanto os apartamentos, os terrenos também estão sendo disputados pelos investidores. ``Um lote padrão de 13m por 36m, na Água Fria ou Parque Ecológico, t-em o metro quadrado cotado de R$ 40 a R$ 50, o que dá um preço final de R$ 20 mil a R$ 25 mil. Não é um custo tão alto e o investidor pode revendê-lo com lucro a médio prazo, pois são locais em expansão'', avalia Clicério Carvalho. Sobre imóveis já prontos, o corretor garante que flats e apartamentos de dois quartos, com valor inferior a R$ 60 mil, ficaram escassos no mercado, após a crise do real. http://200.253.246.42/9902/4/economia/04EC0201.htm
Direitos
IRIB – Instituto de Registro Imobiliário do Brasil
Article Number
160
Idioma
pt_BR