Notícia n. 5098 - Boletim Eletrônico IRIB / Outubro de 2003 / Nº 870 - 10/10/2003
Tipo de publicação
Notícia
Coleções
Edição
870
Date
2003Período
Outubro
Description
O Globo - 7/10/2003 - Especialistas criticam o governo - Para analistas, crédito deve ser destinado à produção e não ao consumo Enio Vieira BRASÍLIA. Especialistas em microcrédito criticaram ontem as propostas apresentadas até agora pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva. Para o diretor da IPM Políticas para a Microempresa da Bolívia, Pancho Otero, que participou do primeiro dia do III Fórum Internacional de Microcrédito, o governo não deve incentivar financiamento para consumo, mas sim para atividades produtivas que geram emprego e renda. Ele também defendeu que não se concedam subsídios para baratear as operações nem que haja limites para taxa de juros cobradas, como os 2% ao mês anunciados pelo governo recentemente. - Se for um empréstimo com subsídio, os clientes vão achar que o companheiro Lula está dando dinheiro. Os juros devem ser de mercado para atrair mais recursos a serem aplicados. Uma instituição de microcrédito deve produzir lucro também – disse Otero, um dos fundadores do Banco Sol, que atende a 1,5 milhão de bolivianos. - O microcrédito deve estar direcionado a atividades de produção e não apenas ao consumo – disse o economista espanhol Luis de Sebastián. A responsável na Unesco pelas atividades relacionadas a microcrédito, Sayeeda Rahman, disse que uma proposta de erradicação da pobreza, como a defendida pelo governo Lula, deve ir além das questões financeiras. Fundador da Finca Internacional, uma rede de bancos comunitários presente em 22 países e com 700 mil associados, John Hatch disse que o microcrédito só faz sentido se melhorar os níveis locais de vida da população. Já o presidente do Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (Irib), Sérgio Jacomino, defendeu uma parceria com o governo para regularizar os títulos de propriedade em regiões urbanas, como favelas. Segundo ele poderia ser criada até uma linha de microcrédito específica para auxiliar pessoas de baixa renda a pagar a regularização e as reformas de suas casas. Ele ressaltou que se forem regularizados, esses imóveis podem até ser usados como garantia de crédito. - Hoje essas pessoas negociam suas moradias informalmente. Para o governo, é interessante regularizar, até para a cobrança de impostos. (O Globo, RJ, 7/10/2003, p.18).
Direitos
IRIB – Instituto de Registro Imobiliário do Brasil
Article Number
5098
Idioma
pt_BR