Notícia n. 5459 - Boletim Eletrônico IRIB / Fevereiro de 2004 / Nº 1010 - 02/02/2004
Tipo de publicação
Notícia
Coleções
Edição
1010
Date
2004Período
Fevereiro
Description
O ESTADO DE SÃO PAULO – 11/1/2004 - Empreendedores têm nova atitude no mercado - Empresários imobiliários assumiram outra postura para o setor. Nos edifícios comerciais, houve a necessidade de profissionalização para atender uma demanda mais exigente. Fábio Auriemo * Fábio Auriemo é presidente da Aecom - Associação dos Empreendedores de Edifícios Comerciais de São Paulo e presidente do Conselho do Grupo JHS-F* Durante décadas de inflação alta no País, os imóveis davam aos investidores a segurança de estar aplicando seu dinheiro em um bem concreto onde se corria poucos riscos. Essa percepção não era só dos grandes investidores. Havia um contingente de pessoas - pequenos empresários, assalariados ou profissionais liberais - ávidas por comprar uma casa, apartamento ou escritório que garantisse uma renda mensal ao mesmo tempo assegurasse que suas poupanças não seriam corroídas pela inflação. Para atender a essa demanda, empreendedores imobiliários trabalhavam sem grande planejamento nem pesquisas: Edifícios comerciais e residenciais foram construídos obedecendo mais às oportunidades surgidas ou à intuição dos empresários do que a critérios técnicos de análise do mercado. Essa situação perdurou até algum tempo depois da promulgação do Plano Real. Quando a população finalmente acreditou que o País dispunha de uma moeda estável, os imóveis passaram a ser vistos como uma opção de investimento comparável a qualquer outra oferecida pelo mercado. O fim da inflação também significou um ponto de inflexão na trajetória econômica do País e, acentuadamente, da cidade de São Paulo. Várias empresas estrangeiras aportaram no Brasil e São Paulo foi o destino preferencial da maioria delas. Ademais, com a desativação da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, a cidade passou a ser também a sede de praticamente todas as instituições financeiras do País. Assim, da mesma forma como ocorreu em vários setores da economia, a estabilidade econômica inaugurou uma nova fase no setor imobiliário. Para nos atermos aqui à questão dos edifícios comerciais, os empreendedores foram obrigados a se profissionalizar para atender uma demanda mais exigente, composta de multinacionais, empresas financeiras, grandes escritórios de profissionais liberais e consultorias. Foi nesse contexto que surgiu a Associação dos Empreendedores de Edifícios Comerciais (Aecom) que reúne os empreendedores de edifícios comerciais de São Paulo. Agregando 10 empresas, que juntas investiram nos últimos 5 anos US$ 1 bilhão e respondem por aproximadamente 90% dos edifícios comerciais de alto padrão da cidade, a entidade reflete um novo posicionamento do mercado imobiliário. Algumas das ações que a Aecom se propõe a coordenar visam à racionalização do mercado. Ao introduzir normas técnicas padronizadas, desenvolver pesquisas, criar um órgão que tenha o papel de interlocutor com os agentes envolvidos no desenvolvimento imobiliário da cidade, a entidade pretende atuar de forma consistente e participativa das decisões que afetam suas atividades. A padronização da classificação de edifícios em relação a áreas privativas, comuns, totais, padrão de acabamento, nível de inteligência, é essencial para dar ao mercado critérios confiáveis. Hoje, convivem não só nomenclaturas diferentes para os mesmos conceitos como unidades de medidas diversas que dificultam comparação entre preços de compra ou de locação de imóveis. Padrão - Junto com órgãos competentes responsáveis por normalizações técnicas, a Aecom está definindo padrões próprios, devidamente registrados no Cartório de Registros de Imóveis, que deverão constar de um guia a ser publicado no início deste ano. Essa publicação será distribuída para os agentes do setor como outros empreendedores, imobiliárias, associações de classes e imprensa, não só de São Paulo como de outras grandes cidades. Também será adotado um padrão único de itens gerais de despesas comuns incluídos nas taxas de condomínios cobradas em empreendimentos realizados pelos associados da Aecom. Da forma como hoje está organizado o mercado, onde cada edifício comercial inclui no valor do condomínio serviços diferentes, é praticamente impossível comparar taxas. Outro papel importante que a Aecom se propõe é coletar junto a seus associados dados sobre o setor para poder disponibilizar para o público. Através de um comitê dedicado a pesquisas e levantamentos, a associação poderá ajudar a organização do mercado. Informações atualizadas sobre empreendimentos comerciais na cidade que poderão servir de orientação para interessados em alugar ou investir em edifícios de escritórios. A aproximação com as imobiliárias especializadas na locação de edifícios comerciais, grande parte delas empresas multinacionais que chegaram no país com a estabilização econômica, é essencial para garantir o fortalecimento do setor. A troca de informações, o cotejamento de dados, a discussão sobre tendências vão acelerar o processo de profissionalização do mercado. Não só a relação com outros elos do setor privado são importantes. Ao constituir uma associação representativa do segmento, a Aecom está credenciada a participar ativamente das decisões tomadas pelo poder executivo referentes às políticas urbanísticas. Apesar de seu curto tempo de vida, a entidade já participou de várias reuniões com representantes de órgãos da Prefeitura para sugerir aperfeiçoamentos em projetos a serem implantados nas áreas onde se concentram edifícios comerciais de alto padrão, como por exemplo as obras executadas na Operação Urbana Faria Lima. Sabemos que estamos só no início do processo. Mas acreditamos que com um trabalho consistente e a disposição de exercer com afinco nosso papel de empresários e cidadãos, a Aecom tem muito a contribuir para o desenvolvimento da cidade de São Paulo de uma forma mais ordenada, racional e eficiente. (O Estado de São Paulo, Seção: Imóveis 2, 11/1/2004, p.Ci2 - 14).
Direitos
IRIB – Instituto de Registro Imobiliário do Brasil
Article Number
5459
Idioma
pt_BR