Notícia n. 8458 - Boletim Eletrônico IRIB / Janeiro de 2006 / Nº 2251 - 19/01/2006
Tipo de publicação
Notícia
Coleções
Edição
2251
Date
2006Período
Janeiro
Description
VALOR ECONÔMICO – 27/12/2005 Banco do Brasil planeja seu vôo no crédito imobiliário Alex Ribeiro - O Banco do Brasil está estudando seu ingresso no crédito imobiliário. “O assunto entrou no nosso radar”, disse o vice-presidente de Varejo do BB, Antônio Francisco de Lima Neto, referindo-se às recentes discussões na diretoria colegiada do BB para definir quando e como entrar no segmento. O que despertou o interesse do BB pelo crédito imobiliário foi o reingresso, em 2005, dos concorrentes privados nesse nicho que, até então, vinha sendo explorado quase que exclusivamente pela Caixa Econômica Federal (CEF). Excluindo a Caixa, as contratações de financiamentos habitacionais com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) chegaram a R$ 4,2 bilhões de janeiro a novembro deste ano, ante R$ 2,6 bilhões nos mesmos 11 meses de 2004. O crédito imobiliário é uma forma de fidelizar clientes”, afirma Lima Neto. Se o próprio BB não atender à demanda de sua clientela, explica, concorrentes o farão – estabelecendo um relacionamento de longo prazo com correntistas da instituição. Esse é um risco que atinge até mesmo a base de 107 mil funcionários do BB. Impossibilitada de atender a demanda desses funcionários, a Previ – fundo de pensão dos funcionários da instituição – procurou recentemente a diretoria colegiada do BB para sugerir que o banco criasse uma carteira de crédito imobiliário. Paralelamente, manteve também contatos com a Caixa. Lima Neto diz que o BB só começou a avaliar com profundidade a entrada no segmento de crédito imobiliário após o aprimoramento institucional nesse mercado, ocorrido em anos recentes. “O governo fez o seu dever de casa, criando instrumentos jurídicos, como o patrimônio de afetação”, disse. “Nesse ambiente, os bancos se tornaram mais seguros para operar”. Outra variável fundamental, explicou, é a perspectiva de estabilidade e de crescimento econômico em prazos mais longos. “As perspectivas econômicas são favoráveis”, afirmou Lima Neto. “Teremos uma solução para o crédito imobiliário. A forma de fazer e o momento adequado para entrar no mercado é que ainda terão de ser definidos”. Na Caixa, o ingresso do BB no mercado de crédito imobiliário é considerado bem-vindo. “Que entrem”, disse o presidente da instituição, Jorge Mattoso. “Quanto mais bancos operando nesse mercado, melhor para a competição e para os clientes”. Um dos pontos que devem ser equacionados é sobre a forma de captação de recursos do público para financiar o crédito imobiliário. Hoje, o BB trabalha primordialmente com a poupança rural, na qual os recursos captados são dirigidos a financiamentos à agricultura. Sua captação em caderneta somava R$ 32,428 bilhões em setembro, e só perde para a Caixa, com R$ 51,428 bilhões; o Bradesco fica logo atrás, com R$ 24,791 bilhões. O lançamento de produtos de financiamento imobiliário poderia significar, pelo menos em tese, reorientar a aplicação de recursos hoje investidos em agricultura. Do ponto de vista de diversificação de risco, poderá ser positivo ao balanço do BB. A instituição também tem uma parceria de longa data com a Poupex – que deverá ser mantida –, que capta recursos nas agências do BB e aplica em habitação. (Valor Econômico/SP, Seção Finanças, 27/12/2005, p.C3).
Direitos
IRIB – Instituto de Registro Imobiliário do Brasil
Article Number
8458
Idioma
pt_BR