Notícia n. 8333 - Boletim Eletrônico IRIB / Novembro de 2005 / Nº 2175 - 24/11/2005
Tipo de publicação
Notícia
Coleções
Edição
2175
Date
2005Período
Novembro
Description
VALOR ECONÔMICO – 21/11//2005 Negociação de CRIs levanta vôo em 2005 Recebíveis imobiliários. Total de papéis emitidos em análise neste ano deverá superar R$ 2,5 bilhões Catherine Vieira - O volume de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) deve triplicar em 2005. Até o início deste ano, esse mercado tinha movimentado R$ 1,2 bilhão desde 1999, quando ocorreu a primeira emissão desse tipo de papel. Em 2005, já foram registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) novas operações no total de R$ 1 bilhão, mais R$ 1,4 bilhão em Cris está em análise e, segundo o superintendente de registros da CVM, Carlos Alberto Rebello, boa parte deste montante será aprovado ainda em 2005. O que alavancou o crescimento do volume neste fim de ano é uma operação lastreada em recebíveis da Companhia Brasileira de Distribuição (Pão de Açúcar), no valor de R$ 1 bilhão, a maior já feita no mercado local. “Acredito que pelo menos essa operação maior seja registrada ainda em 2005”, prevê Rebello. Além do aumento significativo do volume, o ano foi marcado por um número expressivo de estruturações e novidades nas operações. “Enquanto no passado as operações eram basicamente lastreadas num imóvel comercial, geralmente com um único inquilino, em 2005 começaram a se tornar mais freqüentes os Cris com lastro em imóveis residenciais ou comerciais pulverizados, de diferentes empreendimentos e vários inquilinos”, lembra Glauber Santos, diretor da Rio Bravo Securitizadora. “O mercado já começa a caminhar para ficar com um volume equilibrado entre os dois tipos de operação”, completa ele. Os principais agentes que atuam nesse segmento consideram que 2005 foi de fato um marco para a securitização de recebíveis imobiliários, mercado que nos Estados Unidos é conhecido como de “hipotecas” e é um dos mais populares entre os investidores. “O mercado de Mortgage Backed Securities (MBS) nos EUA já movimenta mais de U$ 6 trilhões e é muito maior do que o de debêntures, por exemplo”, diz Fábio Nogueira, da Brazilian Securities. Na visão dele, os incentivos fiscais que foram dados para os investidores individuais colocam o mercado brasileiro em condição de igualdade com alguns dos mais evoluídos. O incentivo fiscal para pessoas físicas investirem em CRIs e outros instrumentos com lastro imobiliário farão com que a popularização desses títulos comece a ocorrer mais nitidamente a partir de 2006. Apesar do benefício tributário, o CRI continua restrito a clientes que possuem pelo menos R$ 300 mil para aplicar, uma vez que nenhuma operação até agora foi direcionada ao público de varejo. No entanto, Santos, da Rio Bravo, lembra que a estruturação de R$ 200 milhões feita com a Petrobrás este ano já é o primeiro passo para que o CRI comece a atingir investidores de menor porte. “Neste papel há uma opção de venda desdobrada em 12 papéis de R$ 25 mil cada um. Ou seja, cada investidor que adquirir um CRI por R$ 300 mil poderá vender tudo ou lotes de R$ 25 mil no mercado secundário.” Outro aspecto que deve continuar acelerando esse mercado é o apetite de grandes investidores. Segundo Nogueira, da Brazilian Securities, os estrangeiros estão voltando a se interessar pelo segmento imobiliário no Brasil. Já Santos, da Rio Bravo, aposta no crescente interesse dos institucionais. “Com a crise política que afetou os fundos de pensão, eles passaram a fazer uma seleção muito criteriosa dos investimentos e os CRIs não foram afetados, o que mostra que o setor é visto como um investimento sério de credibilidade.” CDB prepara operação recorde de R$ 1 bilhão Com lastro em créditos imobiliários emitidos pela Companhia Brasileira de Distribuição (CDB), está em análise na CVM a maior operação de Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRIs) já estruturada no mercado local, no valor de R$ 1,028 bilhão. Os recebíveis serão originados a partir dos contratos de compra e venda e de locação de lojas do Pão de Açúcar, que foram adquiridas pelo empresário Abílio Diniz, em maio deste ano, na época da operação feita com o Casino. A operação do Pão de Açúcar, que está sendo estruturada pela Brazilian Securities, tem formato muito semelhante à operação feita para financiar empreendimentos da Petrobrás, que foi estruturada em agosto passado pela Rio Bravo e que até então era a maior já feita no país. A nova emissão será dividida em duas classes de cotas, uma de R$ 823 milhões em cotas sênior, com preferência nos pagamentos em relação às cotas juniores, que somarão um total de R$ 206 milhões. No termo de securitização, espécie de prospecto submetido a CVM, não há detalhes sobre a colocação dos papéis e se os recebíveis serão todos encarteirados ou se haverá oferta no mercado. Por conta das regras do “período de silêncio”, a Brazilian Securities não comentou a operação, assim com a CDB. Já entre os participantes do mercado há expectativa de que uma parte seja oferecida a investidores. Pelo volume alto, os especialistas não acreditam, no entanto, que se possa fazer uma oferta no valor total, porque seria difícil encontrar tanta demanda. “É uma operação que ficou muito bem feita e certamente será um marco, se pelo menos uma parte for vendida a mercado já será positivo para o setor”, elogia Glauber Santos, da Rio Bravo. (CV). (Valor Econômico/SP, seção Finanças, 21/11/2005, p.C1).
Direitos
IRIB – Instituto de Registro Imobiliário do Brasil
Article Number
8333
Idioma
pt_BR