Notícia n. 7831 - Boletim Eletrônico IRIB / Agosto de 2005 / Nº 1896 - 03/08/2005
Tipo de publicação
Notícia
Coleções
Edição
1896
Date
2005Período
Agosto
Description
FOLHA ONLINE – 29/7/2005 Bancos dizem que nova meta de financiamento imobiliário é "exagerada" - Fabiana Futema Os bancos prevêem dificuldades para cumprir a nova meta de expansão de crédito imobiliário, fixada ontem pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). No segundo semestre, os bancos terão de elevar em 50% a concessão de crédito para a habitação em relação ao mesmo período de 2004. Esse percentual é superior às metas fixadas para o primeiro (30%) e segundo (45%) trimestres do ano. O presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), Décio Tenerello, disse que a nova meta "é exagerada". "Não se atinge meta por resolução. Essa não é uma decisão política. É uma questão econômica." Segundo ele, a ampliação do crédito para a habitação depende de outros fatores, como a melhoria da renda do futuro comprador de imóvel. "O maior problema para atingir a meta é a baixa renda da população. Sem renda suficiente, não há demanda." O executivo afirmou que os bancos estão fazendo a sua parte para colocar no mercado mais dinheiro em linhas de financiamento da casa própria. "Os bancos estão com as carteiras abertas, buscando novos negócios e incentivando a demanda." No entanto, Tenerello afirmou que o setor não rebaixará os parâmetros dos sistemas de análise de risco de crédito só para ampliar a oferta de dinheiro para a habitação. "Não se deve facilitar na classificação de risco só para atender a meta." Para atingir a nova meta de 50%, os bancos precisariam emprestar R$ 420 milhões por mês para o financiamento da casa própria no segundo semestre. Isso significaria um incremento de 23,89% em relação ao valor médio das contratações feitas no primeiro semestre, de R$ 339,67 milhões. Tenerello disse que os bancos já estavam com problemas para cumprir a meta de 45% do segundo trimestre. Em junho, o setor conseguiu aumentar em 36% a oferta de crédito para a habitação, com a contratação de R$ 364,92 milhões. Segundo ele, a situação ficará ainda mais complicada daqui para a frente, já que o segundo semestre de 2004 foi muito forte. "É ainda mais difícil crescer em cima de uma base forte." Acordo O presidente da Abecip disse que o CMN ignorou mais uma vez um acordo que havia sido fechado entre os bancos e a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). Segundo ele, os dois segmentos haviam pedido para o CMN fixar para o segundo semestre uma meta de expansão de crédito de 45%. Com isso, o setor terminaria o ano com uma elevação de 40% na oferta de crédito imobiliário frente a 2004. "A meta seria de 45%. Mas na comparação dezembro (2004) a dezembro (2005), a expansão seria de 40%." No ano passado, os bancos direcionaram R$ 3,060 bilhões para o financiamento imobiliário. A Abecip estimava inicialmente a alocação de R$ 4 bilhões para o crédito imobiliário. Com a mudança, os bancos serão obrigados a destinar neste ano R$ 4,5 bilhões para os programas de crédito imobiliário. Tenerello disse que as penalidades para o descumprimento da meta é muito pesada para os bancos. "A punição é pesada. O BC pagará uma remuneração de apenas 80% da TR, enquanto o custo de captação é de TR mais 6,17%", afirmou. Construtoras Ao contrário dos bancos, as construtoras comemoram a nova meta fixada pelo CMN. O vice-presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Roberto Kauffmann, disse que a decisão superou a solicitação do setor, que havia pedido a manutenção da meta de 45% no segundo semestre. Segundo ele, a meta poderá ser ultrapassada se forem criadas novas linhas de crédito imobiliário com recursos da poupança. Entre as propostas de Kauffmann está a criação de uma linha de crédito para as empresas financiarem a construção de moradia para seus funcionários. Outra proposta é a criação de um programa de crédito para a reforma de imóveis comerciais. Segundo ele, a criação de linhas de crédito como essas poderia elevar a concessão de recursos para a habitação para R$ 7 bilhões ainda em 2005. Pela lei, os bancos são obrigados a aplicar pelo menos 65% do dinheiro captado nas cadernetas em créditos habitacionais. Se essa regra fosse cumprida ao pé da letra, os bancos teriam de emprestar neste ano R$ 12 bilhões para a habitação. No entanto, o setor financeiro alegou que seria impossível colocar esse montante no mercado neste ano. Para equilibrar a situação, o CMN passou a trabalhar com metas de expansão de crédito, que levam em consideração o resultado do ano anterior. ( Folha Online , 29/7/2005, 17h20).
Direitos
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Article Number
7831
Idioma
pt_BR