Notícia n. 7246 - Boletim Eletrônico IRIB / Março de 2005 / Nº 1597 - 08/03/2005
Tipo de publicação
Notícia
Coleções
Edição
1597
Date
2005Período
Março
Description
CORREIO POPULAR – 27/2/2005 Vantagens de uma casa no campo, mas com os pés na cidade - A agitação da vida moderna tem levado muitas pessoas a optarem pelo contato com a natureza Sheila Vieira Segundo dados do site da Prefeitura de Campinas, menos de 2% da população da cidade reside na área rural. O contingente passa um pouquinho de 16 mil habitantes. A zona rural corresponde a 53% dos 887 km2 do município. Além de comércio e escola, quem mora no campo conta também com o patrulhamento da Guarda Municipal Ambiental e Rural de Campinas. Segundo a Assessoria de Imprensa da Prefeitura, o patrulhamento ambiental abrange 40 bairros nas regiões de Sousas, Jardim Carlos Gomes e divisa com Indaiatuba. O patrulhamento rural percorre 35 bairros na região do Nossa Senhora de Lurdes, Icaraí e divisa com Indaiatuba. As três horas e meia que o analista de sistema Roberto Uhr Santiago enfrenta no trânsito, durante o percurso da ida e vinda até o seu trabalho, em uma empresa localizada em São Paulo, não o fazem se arrepender de ter optado em se mudar para uma casa em um condomínio afastado do Centro de Campinas. Para quem deixou o apartamento no bairro da Lapa somente para estadias ocasionais, a chácara distante 17 quilômetros do Centro de Campinas é um refúgio. Ao lado da mulher e do filho de nove anos, Santiago conta que a grande diferença na troca de residência foi ter ganhado qualidade de vida. Até o seu nível de estresse baixou, por conta de viver em um ambiente que o deixa mais relaxado. No terreno de 1.800 m2, a família desfruta, além da tranqüilidade proporcionada por uma vizinhança calma, ar puro e muito verde; espaço para jogar futebol, pomar e a companhia de patos e galinhas. O período de adaptação à necessidade de sair de casa 1 hora e 34 minutos antes do seu horário de entrada, foi de cerca de quatro meses. “Fora do Brasil, esse modelo de morar longe do local de trabalho é muito comum”, comenta o analista. Há quatro anos morando em uma casa dentro de um condomínio distante 20 quilômetros do Centro de Campinas, a advogada Vany Rodrigues Tosi, o filho de quatro anos e o marido, o industrial Emidgio Aldo Tosi, estão felizes com o estilo de vida que levam. O segredo para não ser “pego” de surpresa com necessidades impossíveis de serem resolvidas, por estar longe do Centro, é planejamento. Para quem morava em apartamento em plena avenida Princesa D’Oeste, tendo tudo praticamente à mão, pensar em todos os detalhes de auto-subsistência tornou-se uma regra. Manter a dispensa sempre cheia com tudo o que a família consome, ter sempre os principais remédios indicados para adulto e criança na farmacinha e reservar dois dias da semana para cuidar de assuntos bancários, pagamentos, compras e demais tarefas no Centro, não chega a ser nenhum problema para quem ganhou muito com a troca. Além de acordar com o canto dos passarinhos, respirar ar sem poluição e caminhar sossegadamente dentro do condomínio, o sono tranqüilo e a diminuição do estresse são motivos mais do que suficientes para justificar a mudança de endereço. Com a experiência de quem habitou um apartamento durante 14 anos, Tosi se arrepende de não ter se mudado para o campo antes. “Sinto-me livre como um pássaro”, brinca o industrial. Empreendimentos Muitos empreendedores na área imobiliária, principalmente no segmento de loteamentos investiram e tiveram bom retornos em empreendimentos voltados a atender um nicho de mercado formado por quem não agüenta mais a agitação do Centro. Gilberto Zancaner Brito, sócio-diretor do Terras do Barão Empreendimentos e Participações Imobiliárias Ltda., concorda que é crescente a tendência para a evasão dos grandes centros. Brito loteou três empreendimentos em Barão Geraldo e Paulínia, todos com divisa para a área rural. A maior parte dos interessados são pessoas ligadas à Unicamp, com alta conscientização ecológica, e portanto, grande apreciadoras da preservação do meio ambiente e reflorestamento. Os loteamentos são dotados de Estações de Tratamento de Esgoto, um diferencial que agrega valor ao empreendimento. Para quem enfrenta o trânsito estressante a caminho de casa, ter a opção de ir para o trabalho e poder retornar no contra-fluxo da agitação é um alívio. “O pessoal fica enlouquecido na hora que vê todo esse verde”, diz Brito. Sucesso de venda em Barão Geraldo, na estrada da Rhodia as empresas SG Assessoria e Empreendimentos Ltda e a FTA Desenvolvimento Imobiliário S/A lançaram dois condomínios residenciais. O primeiro possui 45 lotes e o segundo, com 43 unidades, faz fundos com a divisa da área rural e estão a apenas oito quilômetros do centro de Campinas. Segundo Shirley Garcia, diretora da SG, a escolha do local se deu em função da região ser pacífica, muito calma e sem poluição. O primeiro loteamento foi comercializado em apenas quatro meses, e a expectativa é concluir as vendas ainda no primeiro semestre. “Está havendo uma fuga para o campo, principalmente de moradores de regiões como Cambuí, Guanabara, que estão se tornando muito comerciais”, justifica Shirley. Está em estudo em Brasília, a pedido do Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (Irib), a alteração de um trecho da Lei 6.766/79, o qual reivindica que o Incra não será mais o órgão responsável pela aprovação de imóveis rurais ou agrícolas com metragem abaixo do módulo fiscal rural, que no Estado de São Paulo é de 18 a 20 hectares. Para áreas com extensão menor que o módulo, a aprovação dos projetos passaria a ser uma atribuição das prefeituras. “O reflexo dessas mudanças seria interessante para responder aos novos empreendimentos com característica urbana, porém desenvolvidos em área rural, até então não regulamentados pelo Incra”, explica Gonçalves. Serviços AELO – (19) 3252-8044 FTA – (19) 3753-3755 Terras do Barão (19) 3231-2688 (Correio Popular/SP, 27/2/2005).
Direitos
IRIB – Instituto de Registro Imobiliário do Brasil
Article Number
7246
Idioma
pt_BR