Notícia n. 7234 - Boletim Eletrônico IRIB / Março de 2005 / Nº 1586 - 04/03/2005
Tipo de publicação
Notícia
Coleções
Edição
1586
Date
2005Período
Março
Description
JORNAL VALOR – 2/3/2005 Para o banco, Argentina “é um mau exemplo”. - O presidente do conselho (chairman) do HSBC Holdings, Sir John Bond, acredita que a Argentina pode servir como um mau exemplo para outros países emergentes. “Nos argumentamos com o Fundo Monetário Internacional e com autoridades que deve haver um risco de contágio, que deve haver um risco de que outros países endividados usem o exemplo da Argentina como uma solução possível”, afirmou. Sir John Bond acredita que, agora que a reestruturação da maior parte da dívida foi concluída. os argentinos que têm uma quantidade grande de recursos aplicados fora do país vão ingressar com esses recursos na Argentina. “É uma coisa natural a fazer agora”, afirmou. O HSBC, que perdeu US$ 1,1 bilhão no país em 2001, aprendeu uma lição, disse: “Se as pessoas não estão preparadas para poupar no mercado interno no seu próprio país, é melhor que nós não coloquemos os recursos de nossos acionistas nesse país em questão”. Para o banqueiro, o grande risco que os bancos têm de enfrentar hoje é o risco de crédito. Ele considera que os derivativos de crédito, no entanto, não têm se demonstrado instrumentos tão eficazes na distribuição desse risco. Ele contou que o HSBC participa desse mercado, mas que, dado o tamanho do banco, a participação é relativamente pequena. “Há uma concentração muito grande no mercado de derivativos de crédito e cerca de cinco participantes são responsáveis por mais de 85% do mercado”. Para ele, é necessário um mecanismo de transferência de risco de crédito que seja capaz de redistribuir esse risco em porções menores. “Por isso você tem visto o HSBC se mover lentamente para ampliar sua área de empréstimos às pessoas físicas”, disse. Hoje, 57% dos empréstimos do HSBC vão para pessoas, disse. “Se estivéssemos sentados aqui há cinco anos, esse número seria de 30%, e há 20 anos, seria menos do que 5%”, comentou. Para ele, o próprio acordo de Basiléia 2 favorece o empréstimo às pessoas físicas. Ele lembrou que a expectativa média de vida de um ser humano é de 71 anos e de uma empresa é de cerca de cinco anos. “Na maioria das economias, o gasto com consumo pessoal representa cerca de dois terços do Produto Nacional Bruto”, argumentou. O banqueiro não vê maiores riscos na desvalorização do dólar contra o euro, disse, pois ela está acontecendo de forma gradual. Sir John Bond considera que a decisão sobre o sistema de câmbio de cada país é do governo desse país, mas deu um palpite em se tratando da China. “Se você deixar sua moeda flutuar, você precisa de instituições financeiras fortes. Eu não acho que a China está pronta para um sistema de taxa de câmbio completamente aberto ainda”. De acordo com ele, os bancos na China ainda refletem os dias nos quais os empréstimos eram feitos por um planejamento estatal. “As prioridades não eram o retorno do investimento, mas o emprego e o desenvolvimento regional”, disse. Repórter Cristiane Perini Lucchesi (Jornal Valor – Finanças – 2/3/2005 – p. C1).
Direitos
IRIB – Instituto de Registro Imobiliário do Brasil
Article Number
7234
Idioma
pt_BR