Notícia n. 6343 - Boletim Eletrônico IRIB / Agosto de 2004 / Nº 1259 - 26/08/2004
Tipo de publicação
Notícia
Coleções
Edição
1259
Date
2004Período
Agosto
Description
VALOR ECONÔMICO – 12/8/2004 - Itaú refina critério para dar crédito - Maria Christina Carvalho O Banco Itaú e o Itaú BBA acabam de aderir aos Princípios do Equador, comprometendo-se assim a avaliar os impactos socio-ambientais de pedidos de crédito de projetos acima de US$ 50 milhões. O Itaú é o segundo grupo financeiro brasileiro aderir ao seleto grupo até então composto por 25 bancos internacionais comprometidos com os Princípios do Equador. No início de junho, o Unibanco havia aderido; e outras instituições como o Banco do Brasil (BB) estudam fazer o mesmo. Entre os bancos internacionais que já adotaram os princípios operam no Brasil o ABN AMRO, Bank of America, Barclays, BBVA, Citigroup, Credit Suisse, Calyon, Dresdner, HSBC, HVB, ING, Rabobank, Standard Chartered e WestLB. A adesão, disse o diretor de produtos de pessoas jurídicas do Itaú, Luiz Antonio Nogueira de França, é coerente com "a preocupação do Itaú com a governança corporativa e o fato de já requer licenças ambientais ao repassar recursos de organismos como o BNDES e bancos multilaterais". A gerente de financiamento de projetos do Itaú BBA, Maria Estela Ferraz de Campos, informou que, desde 2000, o banco “implementou uma política de adequação ambiental". De fato, os grandes organismos multilaterais de crédito há algum tempo exige avaliação socio-ambiental para liberar recursos. Não é por outro motivo que os Princípios do Equador nasceram sob o patrocínio da International Finance Corporation (IFC), afiliada do Banco Mundial para financiamentos ao setor privado, no ano passado. Inicialmente, 10 bancos internacionais aderiram. Agora, o número mais do que dobrou. A IFC estima que os bancos que adotaram os Princípios do Equador respondem por 80% dos financiamentos de projetos no mundo todo. Como explicou Estela, os Princípios do Equador uniformizaram os critérios para avaliar e dimensionar o impacto socio-ambiental dos grandes projetos entre os bancos internacionais. Aderir aos Princípios do Equador não significa negar crédito ou cobrar mais caro o financiamento de projetos de maior risco. Avaliados pelo conjunto de critérios inspirados na IFC, os projetos são classificados em três categorias, explicou o especialista Alexandre Parigot de Souza, do escritório Gouvêa Viera Advogados. No nível A são enquadrados os projetos de risco ambiental alto e potencialmente irreversível; no B, os de impacto restrito; e no C, os de pouca ou nenhuma probabilidade de risco. Conforme o risco, acrescentou Estela, são então exigidas análises específicas, licenças extras e salvaguardas. "A idéia é avaliar que não só a viabilidade econômica dos financiamentos de longo prazo mas também se não apresentam riscos socio-ambientais que precisam ser mitigados. Se um projeto financiado pelo banco tiver problemas ambientais ou com a comunidade serão graves os riscos para a imagem do banco", explicou Estela. Parigot de Souza afirmou que os bancos podem também ser penalizados no mercado de ações e pela clientela. Ele salientou que aderir aos Princípios do Equador não exime o banco de culpa se o pior acontecer; apenas ameniza o problema. Por isso, ele precisa se cercar de precauções e recorrer a especialistas. Também existem fraudes na área como licenças ambientais com endereços trocados. O Banco do Brasil, como todas instituições federais, têm que seguir uma série de princípios legais éticos, disse Izabela Campos, diretora de responsabilidade socio-ambiental do banco. O BB consulta o cadastro do Ministério do Trabalho que relaciona empresas que usam mão-de-obra escrava ou oferece condições degradantes de trabalho antes de conceder crédito em qualquer montante. Além disso, aderiu ao Pacto Global da ONU, que é semelhante a uma carta de princípios de responsabilidade socio-ambiental. (Valor Econômico/SP, seção Finanças, 12/8/2004, p.C12).
Direitos
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Article Number
6343
Idioma
pt_BR