Notícia n. 6342 - Boletim Eletrônico IRIB / Agosto de 2004 / Nº 1259 - 26/08/2004
Tipo de publicação
Notícia
Coleções
Edição
1259
Date
2004Período
Agosto
Description
VALOR ECONÔMICO – 16/8/2004 - Imóveis: prontos para decolar - Já são vários os indicativos de que a economia está entrando num processo de retomada. Aumento das vendas no varejo, crescimento das exportações, recuperação da atividade industrial. A pergunta que fica é quando o clima positivo chegará ao mercado imobiliário - conhecido por ser o primeiro a ser prejudicado em tempos bicudos e o último a se recuperar nos períodos de bonança. Sim, porque desde os anos 90 o setor não reage e no ano passado, inclusive, encolheu 4%. Ao que tudo indica a decolagem do setor está próxima. Vários segmentos do mercado imobiliário apostam na melhora do cenário para o segmento nesse segundo semestre. A oferta de financiamentos está aumentando por conta da resolução 3177 do Conselho Monetário Nacional, que prevê que os recursos do Fundo de Compensação de Variações Salariais (que cobriria a diferença de correção entre o empréstimo e os salários) sejam destinados para financiamentos habitacionais pelos bancos privados. "São cerca R$ 600 milhões por mês para financiamento", diz Fábio Nogueira, diretor da Brazilian Mortgages. Ele diz ainda que, em dólar, os preços dos imóveis continuam baixos e agora é um bom momento para a compra. Mas o aumento de recursos para o setor não deve vir apenas dos bancos. Com a isenção do Imposto de Renda para os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) para pessoas físicas e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), conforme pacote tributário anunciado recentemente pelo governo, acredita-se que haverá um estímulo a esses instrumentos, antes taxados em 20%. A conseqüência será mais fluxo de dinheiro para o mercado imobiliário. O CRI é um título emitido por um incorporador com garantia em recebíveis imobiliários, como um aluguel. Hoje, a aplicação mínima para o investidor pessoa física é R$ 300 mil, mas há um projeto na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para que esse valor seja reduzido para R$ 10 mil. "Há uma série de fatores convergindo para que o setor experimente uma retomada importante", diz Nogueira, um dos maiores entusiastas da isenção do CRI para alavancar esse mercado. Além de mais dinheiro disponível para o setor, a percepção também é positiva na ponta vendedora. "Acredito que o mercado estará mais aquecido no segundo semestre", afirma Tomás Salles, diretor de novos negócios da Lopes, empresa de venda de imóveis. De acordo com Salles, no primeiro semestre, a Lopes fez 36 lançamentos, o que representou um volume de vendas da ordem de R$ 1 bilhão. "No segundo semestre, deveremos fazer 50 lançamentos", afirma. Prova de que o setor imobiliário, sobretudo o residencial, está entusiasmando o mercado é a entrada de um grande "player" , no setor. A americana TishmanS - peyer - uma das empresas mais tradicionais na construção de imóveis comerciais, com empreendimentos do porte de Rockefeller Center e Sony Center no portifólio - acaba de fazer a sua estréia no mercado residencial brasileiro. Lançou a Reserva Granja Julieta, empreendimento com oito torres com cerca de 240 apartamentos erguidas num terreno de 26 mil metros quadrados, na Verbo Divino, região elegante da zona sul de São Paulo. Entre a aquisição do terreno e marketing, a empresa investiu cerca de R$ 100 milhões no projeto. Mais do que um lançamento de peso, a entrada nesse nicho é estratégica para a companhia, que pretende conquistar uma fatia importante do mercado. "Em três anos, queremos estar entre os três maiores e essa área deve ser responsável por metade do nosso faturamento", diz Daniel Citron, diretor presidente da empresa. "A onda do mercado imobiliário está para começar há tempos e, se o crescimento sustentado e a renda permitirem, ela finalmente chegará", afirma. O presidente do Sindicato da Construção (Secovi), Romeu Chap Chap, também está otimista. "Existe uma volta da procura, não ainda como gostaríamos, mas é um sinal positivo", diz Chap Chap. "Espero um crescimento do número de unidades vendidas entre 10% a 15% em 2004", afirma. Luis Paulo Pompéia, presidente da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio), também acredita que haja uma tendência de alta. "Com a recuperação da renda, as pessoas devem sentir uma sensação maior de solidez e voltar ao mercado.” Em função do fraco desempenho do mercado no ano passado, a oferta de lançamentos diminuiu nos primeiros seis meses deste ano. Levantamento da Embraesp mostra que, de janeiro a julho, na região metropolitana de São Paulo, foram lançados 2 milhões de metros quadrados, contra 2,7 milhões no mesmo período de 2003. Por conta disso, o preço médio por metro quadrado de área útil saiu de R$ 2.183 em 2003 para R$ 3.046 este ano. Por conta da nova lei de zoneamento paulistana, muitas construtoras devem aproveitar para lançar projetos aprovados ainda na antiga lei, o que aumentará a oferta e evitará uma forte alta dos preços. Gráfico Gráfico (Valor Econômico/SP, seção EU & Investimentos, 16/8/2004, p.D1).
Direitos
IRIB – Instituto de Registro Imobiliário do Brasil
Article Number
6342
Idioma
pt_BR