Notícia n. 6262 - Boletim Eletrônico IRIB / Agosto de 2004 / Nº 1227 - 11/08/2004
Tipo de publicação
Notícia
Coleções
Edição
1227
Date
2004Período
Agosto
Description
VALOR ECONÔMICO – 23 A 25/7/2004 - Agência se especializa em investimentos no cerrado - De Washington O interesse de produtores americanos em investir em agricultura no Brasil é tão grande que começam a aparecer nos Estados Unidos agências especializadas na corretagem de terras e na assessoria agrícola no cerrado brasileiro para estrangeiros. A AgBrasil, sediada em Columbia, no Estado do Missouri, já tem escritórios no Rio de Janeiro e em duas cidades da Bahia onde concentra a intermediação de negócios: Luis Eduardo Magalhães e Barreiras, que formam o principal pólo baiano de soja. O dono da empresa é um economista agrícola, Philip Warnken, que recebeu bolsas de pesquisa da Ford Foundation e da Fundação Fullbright para trabalhar no Ministério da Agricultura brasileiro e pesquisar economia agrícola em São Paulo. Warnken tem um extenso currículo internacional, e, entres outros pontos, já visitou faculdades de economia agrícola na Europa e em países da América Latina – Nicarágua e Colômbia, além do Brasil – e trabalhou como consultor agrícola em organizações internacionais com a Agência para o Desenvolvimento Internacional (AID) dos Estados Unidos. Mas, naturalmente, ele estabeleceu uma maior ligação com o Brasil depois que abriu sua companhia, em 1999. A AgBrasil organiza viagens de investidores interessados na compra de terras e, eventualmente, na relocação para o Brasil. “Já levamos cerca de 400 interessados em viagens ao Brasil. A maior parte é de investidores, não apenas americanos mas também europeus e asiáticos”, disse Warnken em entrevista por telefone ao Valor. Uma minoria decidiu mudar e está morando no Brasil, mas a maior parte quer comprar a terra como investimento e deixar a administração nas mãos de brasileiros, usando intermediários americanos para ajudar na contratação de pessoal. O foco da empresa é a venda de terras no cerrado, considerada “a terra agricultável mais barata do hemisfério”, segundo informações de seu website. A empresa afirma estar interessada nas regiões de fronteira – no oeste da Bahia próximo à fronteira com Tocantins e sul do Piauí. Ao contrário de outras iniciativas voltadas para agricultores americanos, Warnken diz que, no seu caso, “há apenas alguns que são fazendeiros, mas a maior parte é mesmo de investidores internacionais”. Os baixos custos da terra e abundância de mão de obra são os principais incentivos ao investidor, e Warnken diz que taxas de retorno do investimento acima de 25% não são incomuns, o que é um nível expressivamente alto para investidores que estão lidando com baixíssimas taxas de juros em seus países de origem. “É claro que o retorno depende do preço pago pela terra e dos preços das comodities. Entre as opções estão o cultivo de soja, algodão, milho e café. Em alguns casos houve retornos superiores a 100% em comodities como algodão entre o fim do ano passado e o início deste ano, mas são casos específicos”. Entre os funcionários da empresa, estão dois agrônomos brasileiro em Barreiras, José Cláudio Oliveira e José de Espírito Santo, além de agricultores americanos radicados na Bahia que ajudam os investidores com contatos no mercado local, como Clay Earl e Thomas Shanks. Para investidores que não querem se envolver diretamente na administração de uma fazenda, ainda que à distância, a empresa vende cotas de investimento em propriedades agrícolas de valores altos – de US$ 250 mil no ano passado para cerca de US$ 400 mil neste ano. Cada “módulo” de investimento corresponde a uma propriedade de pelo menos 300 hectares, parcialmente irrigados. Os investidores precisam ir pelo menos uma vez ao Brasil para finalizar a documentação da compra da terra, que é realizada por meio de uma empresa de propósito específico aberta no Brasil. Warnken não acredita que apenas a desvalorização cambial explique o interesse pelas terras em desenvolvimento no cerrado. “Os principais motivos são a alta produtividade e os baixos custos de produção para todas as comodities, além do tremendo potencial de crescimento dos lucros”, ensina o executivo. (TB) (Valor Econômico/SP, seção Especial, 23 a 25/7/2004, p.A15/A16).
Direitos
IRIB – Instituto de Registro Imobiliário do Brasil
Article Number
6262
Idioma
pt_BR